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José Aldo, lutou, bateu, venceu!

 

José Aldo, lutou, bateu, venceu!

 JoseAldo

 

Noite de sábado, já quase madrugada de domingo.

Olhei, sem querer para a TV e vi que estava ocorrendo uma luta de UFC. Perguntei ao garçom quem lutava e ele me disse: “O José Aldo”.

 

Corri para próximo do aparelho para ver o conterrâneo, que enfrentava Frankie Edgar.

Antes de continuar, um parêntese.

Já ouvi alguém dizer: “Eu era feliz na minha ignorância”!

Hermann Hesse, no seu "Sidarta", já disse: "Acautela-te contra o excesso de inteligência"!

Mas por que digo isso?

Na penúltima luta de Aldo, quando ele foi vencido, eu assistia um replay e pensava que era ao vivo e, então, torcia em brados pelo amazonense. Foi quando chegou um estraga prazer e me disse que ele já havia perdido!

Eu, “amante do saber”, senti que, naquele momento, “eu era feliz na minha ignorância”!

Prossigo.

Aldo perdeu a penúltima luta e, agora, ao assistir sua vitória, perguntei-me: apanhar faz bem?

Me respondi positivamente, pois o Aldo da última luta era outro em relação ao Aldo da sua luta imediatamente anterior!

Nesse sábado estava:

- Concentrado.

- Focado (atenção máxima no que se faz).

- Atencioso.

- Respeitoso para com seu contendor.

- Ágil.

- Serelepe (esperto, vivo, buliçoso)

- Preciso.

- Estudioso (dos movimentos de seu oponente).

- Preciso nos golpes (embora poucos, mas...).

- Explorador dos golpes já aplicados (procurava atingir o supercílio já aberto do adversário).

- Bailou/dançou. Não foi um alvo fixo. Com isso fazendo uma bela mistura das fórmulas de Muhammad Ali e Sugar Ray Leonard (só faltou a manivela deste último!).

- Determinado (sabia o que queria e lutou, literalmente, por isso)

- Zeloso (já que não se expunha tanto. Mantinha distância segura) em busca do fim almejado (vitória) daí a importância da manutenção do foco.

- Oportunista (soube aproveitar as chances oferecidas pelo adversário. Os pontos “fracos”).

- Sábio em usar os recursos que dispunha (lembro que em uma das suas saídas/recuos, o adversário precipitou-se sobre ele e Aldo levou a mão direita para cobrir o rosto deixando o cotovelo como se fosse um para-choque à disposição do rosto do outro lutador para que ele, se desejasse, se batesse no osso pontiagudo).

Uma palavra com a qual resumo tudo: perfeição!

E uso esta palavra não pelo fato de José Aldo ter vencido, mas por ter vencido com a forma e a desenvoltura usada para tal.

Mesmo que o brasileiro caísse no último minuto, sua luta seria memorável, independentemente do resultado.

Felizmente, a sorte lhe foi benfazeja, se bem que ele, com sua determinação e precisão a ajudou bastante, como deve fazer todo aquele que quer ter sorte!

A vitória foi apenas a coroação de todo um processo desenvolvido de maneira harmoniosa e sincronizada.

Parabéns ao campeão e a nós que o admiramos.

Até mais.

 

P.S.: Alvorada é um bairro de Manaus, são vários, aliás (I, II e III), que, em seus primórdios, era muito violento, daqueles em que se matava vários e deixava-se outros pendurados para o dia seguinte! Daí o comentário na foto que enfeita este escrito e que encontrei na internet.