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Meu amigo gosta do Bush

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Na cosmopolita São Paulo, dia desses, vim a conhecer o Dr. S, um cristão libanês que atualmente reside aqui. Bom papo e bom garfo, já almoçamos mais de uma vez, tendo ele me levado a pensar sobre alguns pontos que, até então, eu os tinha como inquestionáveis.

Os argumentos do Dr. S, provocadores da reflexão, são os seguinte:

- o ocidente é vilão e o oriente sua vítima;
- para não interferir em assuntos internos de outros, os países devem fechar os olhos para o que lá acontece;
- os árabes nada vêm fazendo para contribuir, efetivamente, para a melhora da humanidade.

As razões do meu amigo são as seguintes, basicamente:

A vilania, no caso, é via de mão dupla, ocorre em ambos os sentidos. Portanto, não podemos ver o ocidente (Estados Unidos, em especial) como o capeta, e o oriente como o injustiçado por seu algoz. Trata-se, na verdade, de uma disputa, especialmente, econômica. Portanto, um jogo, onde cada competidor quer levar vantagem.

 

O problema da não-interferência nos assuntos internos tem que ser visto "cum grano salis", pois a maioria dos assuntos que geram a interferência dizem respeito aos direitos humanos. Em especial quando este tema está enlaçado com alguma vantagem econômica. Não preciso dizer que as vítimas sempre apoiam países que vêm em favor de suas causas.

Desde a década de 70 do século passado, obviamente, os países árabes vêm arrecadando enormes fortunas, as quais são, contudo, destinadas a poucos, ficando a grande maioria da população na miséria, especialmente a cultural.

Nesses anos todos de petrodólares, qual(is) universidade(s) foi(ram) fundadas nos países árabes e vêm difundindo conhecimento em prol da humanidade?

Meu amigo foi mais enfático quando perguntou: "se a gente condena o Bush por ser um celerado, imagine o que não seria o mundo se governado por um xeque semi-analfabeto?" Na região, diz ele, não há espaço para o exercício de qualquer liberdade, qualquer contestação ao poder estabelecido. Se você escrever que o governante cometeu um desmando, a primeira providência dele é mandar cortar sua cabeça. "Isso é local para se viver?" pergunta ele.

Assisti, recentemente, na convenção do Partido Republicano, o cineasta Michael Moore, numa das salas de imprensa, assistindo e filmando a referida convenção. Todos sabem que ele é um ferrenho e, para alguns, desleal adversário de Bush, mas, mesmo assim, não foi escorraçado do local!

Vá ele fazer isso em qualquer país do Oriente Médio ou na China, para ver o que lhe acontece.

Depois de uma certa reflexão, estou tentado a dar uma certa razão ao meu amigo.

Gostaria de acrescentar, ainda, que a China, pelo motivo já dito e também pelo seu comportamento na ocupação do Tibet, é outro espectro de terror totalitário que nos ronda. O Japão, hoje, aparentemente, tão pacífico, já praticou crimes ignóbeis com os próprios chineses, em especial na Manchúria. As máfias chinesas e japonesas são as mais violentas do mundo. Nesse rol pode ser incluída a própria Índia, pátria de Gandhi, que vive em rusga com o Paquistão.

Os povos citados, aparentemente, não valorizam, ainda, o bem fundamental do homem, a vida, sendo para eles indiferente matar o seu semelhante, em especial, por não verem, quero crer, que todos somos imagens e semelhança de Deus.

Portanto, quando falarmos do Bush, vamos dar-lhe o crédito, pelo menos, de nos deixar falar.

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