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Poesia: deleite-se ou delete-me (21.08.15).

Maraãvilhosos,

Senhora

 

Andando pelo centro de São Paulo a visitar os maravilhosos sebos que existem no entorno da praça da Sé e praça no bairro da Liberdade, encontrei a fotografia acima, juntamente com outras envolvendo o mesmo tema e resolvi comprar algumas delas, justamente por já ter tido a ideia de traçar estas linhas, o que faço agora.

Queria que você, caro leitor, me ajudasse a solucionar algumas perguntas que abaixo formulo:

Quem é esta senhora?

Quem são seus familiares?

Quem vendeu a sua foto ao sebo? Por que o fez?

Onde ela nasceu?

Foi casada?

Teve filhos?

Teve netos?

Professava alguma religião? Qual?

Qual a sua profissão?

Estudou? Até que série?

Está viva? Faleceu? Se falecida, quando e a causa?

Amou alguém? Casou com o amado ou com outro?

Foi feliz no casamento e na vida?

Sonhava com algo? O que?

Era alegre ou era triste?

Que erros ou pecados cometeu?

Que boas ações praticou?

Bebia?

Fumava?

Dançava?

Gostava de ler?

Gostava de poesia?

Essas são algumas dúvidas que, creio, somente por milagre humano poderiam ser solucionadas, se houvesse interesse para tanto.

Olho para a fotografia e ela nada me responde. Está congelada no tempo e traz o tempo nela congelado, mas sem qualquer movimento que satisfaça a minha curiosidade.

Se a fotografada ainda viva estiver, que seja feliz, é tudo que posso desejar, diante de seu discreto e simpático e cativante sorriso!

Até mais,

Liners(1)

Abraços,

 

Osório

 

POEMEMOS:

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Observo agora que o namorado, no momento preciso de sua agitação sentimental, não é capaz de se desdobrar ao ponto de permitir ao espírito, quando o coração bate desordenadamente, estudar, para fins literários, os movimentos desse desvairado músculo. As modificações que a paixão determina em nossa substância e a diversa visão, que ela nos proporciona, dos seres e das coisas, poderá vir lucidamente, mais tarde, ao plano da nossa análise, quando, tudo já serenado, o espírito calcula e mede ― mas certamente não são suscetíveis de registro, no instante em que devastam nossa sensibilidade. E ninguém o ignora: a literatura das emoções é feita a frio, e a memória ou a imaginação é que reproduz ou cria as cenas passionais. No momento da devastação, alma e corpo se solidarizam.”

 

Autor: Cyro dos Anjos, em “O amanuense Belmiro”.

 

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