Poesias

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Humulheres,

 

King(1)

 

Não quero mais esse negócio...”

 

Numa fossa danada, resolvi apelar para o sofista Górgias, que, no discurso, prova que nada existe.

Humulheres,

 

Bar 2

 

Compadre Armando e o exame de próstata!

Humulheres,

 

"O que torna a vaidade dos outros insuportável é o fato de ela ferir a nossa". La Rochefoucauld, Máximas, 1678.

 

Coração   este

Humulheres,

 

19 07 03 asmo

 

FILOSOFIA DO ... MANSO

Semelhantes,

 

GEDC2028(1)

 

Um dos muitos caminhos que me impôs o destino”.

Humulheres,

 

Artista anônimo na Augusta 2

(Autor: artista anônimo da Rua Augusta)

 

Jailson, mais um sábio de Maraã”.

 

Nascemos e nos criamos entre Bom Futuro e Maraã.

 

Jailson é filho de “Sulidade” e “Novinha” muito inteligente, mas, como eu, xegado ao álcool.

Certa feita, caiu de um trapiche/alpendre, à noite, de uma altura considerável e, como após a queda ninguém ouviu qualquer ruído, alguém perguntou:

Será que o Jailson morreu!?”.

Ao que ele respondeu:

Jamais morrerei”.

O “jamais morrerei” Isso virou rit no Maraã.

Ele é muito branco, quase albino, de cabelos ruivos, inclusive as sobrancelhas, o que o torna um amazonense diferenciado.

Mas a sabedoria do Jailson, vem de algo que eu não sabia que era sabedoria até chegar para fazer um mestrado em São Paulo!

É que o Jailson passa a noite conversando e dizendo:

Como diz o seu Fanco, isso...”.

Como diz o Cornélio, aquilo...”.

Como diz o seu Jango, aquilo outro...”.

No dizer de D. Maria Freitas, isso é assim:...”.

Já diz seu Quidinho, aquilo...”.

Seu Mozart dizia que...”.

Todos nós o censurávamos por ele nunca dizer nada que fosse seu, por não externar seu pensamento, mas apenas sabedoria dos nossos conterrâneos.

Lendo Rubem Alves, colhi:

Durante muitos anos, não tive coragem para dizer o que eu sabia. Por medo. As inquisções não são monopólio das igrejas e não se fazem só com lenha e fogo. É muito difícil viver na universidade e continuar a cultivar os próprios pensamentos. É muito mais seguro ficar moendo os pensamentos dos outros. Na universidade é mais seguro falar sobre aquilo que os outros falaram. Nietzsche percebia isso acontecendo nas universidades alemã:

Os eruditos que hoje em dia fazem pouco mais que comer livros (…) acabam por perder totalmente a capacidade de pensar por si mesmos. (…) os eruditos gastam todas as suas energias dizendo Sim e Não, na crítica daquilo que os outros pensaram – eles mesmos não pensam mais.”

(FN III (III), p.540. Assim falou Zaratustra.)

Esse hábito, me parece, é uma decorrência da falta de coragem para pensar os próprios pensamentos. Somos dominados pelo fetichismo do livro. O que o livro diz tem de ser melhor do que aquilo que penso. Schopenhauer advertiu os leitores de que, “quando lemos, outra pessoa pensa por nós: só repetimos o seu processo mental. (…) Daí se segue que aquele que lê muito ou quase o dia inteiro, e que nos intervalos se entretém com passatempos triviais, perde, paulatinamente, a capacidade de pensar por conta própria. Esse é o caso de muitos eruditos: leram até ficar estúpidos.”

(Arthur Schopenhauer, Über Lesen und Bücher - sobre livros e leituras p.17)

O método por justificar o que se diz por referência ao que outra pessoa escreveu em outro livro é característico da literatura teológica da Idade Média: o que o autor diz é uma verdade porque a mesma coisa foi escrita por outra autoridade, no passado. Em outras palavras: o que eu digo está comprovado porque outro já disse.

É preciso coragem para dizer o que se pensa. Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem de dizer aquilo que ele realmente conhece”, observou Nietzsche, acrescentou um detalhe sobre a hora em que a coragem chega: “Só tardiamente ganhamos a coragem de assumir aquilo que sabemos” (Alberto Camus, Primeiros Cadernos p.438). A coragem chega ao entardecer. A coragem chega na velhice. A velhice é hora em que se ganha coragem para dizer o que se soube sempre. É a hora da sabedoria Hegel sabia disso e observou que “ a coruja de Minerva só abre suas asas quando cai do crepúsculo”. Mas à linda metáfora poética ele acrescenta em uma nota pessimista: “Quando a filosofia pinta seu cinza sobre cinza, é porque uma forma de vida ficou velha. Por meio do cinza por cinza da filosofia a vida não pode ser rejuvenescida, mas apenas compreendida.” (A filosofia do direito p.7. O cinza sobre cinza é uma referência ao Fausto de Goethe, onde está dito que “cinza é toda teoria”)

Hegel acreditava em metamorfoses. Mas, fascinado pela ideia da história, ele só as vias acontecendo em épocas históricas. O tempo da vida individual era muito insignificante para fazer diferença. Mas eu acredito nas metamorfoses no tempo da vida dos indivíduos. Metamorfoses ressurreições. É por isso que escrevo.

Na velhice o medo vais porque não se tem mais nada a perder. A proximidade da morte nos dá um atributo dos deuses: nada de mais terrível pode nos ser feito.

Essa é a razão para crença de que as palavras dos que vão morrer são sempre palavras verdadeiras. As últimas palavras dos moribundos devem ser as palavras da verdade! Camus fala de um homem que, ao se preparar para dizer suas últimas palavras, descobriu que as tinha esquecido. Como não desejo que isso aconteça comigo, trato de dizê-las agora, enquanto me lembro delas. A proximidade da morte tem efeitos sapiencial: ela nos abre os olhos para perceber o essencial. Há uma lucidez que só acontece quando a vela se apaga. “Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer”, disse Fernando Pessoa. (Fernando Pessoa, obra poética, p.363)”(Fonte:Rubem Alves, Variações sobre o prazer (Santo Agostinho, Nietzsche, Marx e Babette) p. 48, 49 e 50.).

 

Foi exatamente isso que senti quando frequentei o curso de mestrado na PUC-SP. A maioria dos colegas entra muda e sai calada de cada aula! Ninguém pergunta, questiona nada. Daí eu ser tido como “perturbador”, por querer saber mais, a querer tirar as minhas dúvidas, o que me levava a perguntar aos professores e, nos seminários, aos colegas, para desesperos destes, que me pediam, antecipadamente, que não perguntasse nada.

Colegas quando falavam, e professores também, estavam sempre citando o que alguém já disse, pouco trazendo de novidade em pensamento próprio! Mas, até aí tudo bem, pois a inovação é difícil mesmo, parece que nossos antepassados já pensaram tudo mesmo, mas o que me deixava impaciente e depois desestimulado, é que não se aceitava um pensamento diverso daquele que era exposto. A regra era clara: nada de contraditório!

As exceções são tão exceções que nem confirmam a regra!

Sabendo-se que o mestrado era na área de Direito, na qual o princípio do contraditório é incensado e endeusado, como não pode deixar de ser, ver que, na prática, justamente onde se busca o conhecimento ele é negado, é, eu diria, broxante!

Mas daí veio a minha melhor descoberta em todo o mestrado: o Maraã também produz sábios! Taí o Jailson que não me deixa mentir!

Pensar parece que, as vezes, dói mais nos outros que em nós mesmos!

 

Nasce algo novo em Santos: http://www.youtube.com/watch?v=PW-cjU0Wrcs&feature=youtu.be .

 

Lembrete:

 

Puxa saco

 

Abraços,

 

Osório

 

P.S.: Poemas e Cia desacompanhada:

 

Vulgívaga

 

 

Não posso crer que se conceba

Do amor senão o gozo físico!

O meu amante morreu bêbado,

E meu marido morreu tísico!

 

Não sei entre que astutos dedos

Deixei a rosa da inocência.

Antes da minha pubescência

Sabia todos os segredos...

 

Fui de um... Fui de outro... Este era médico...

Um, poeta... Outro, nem sei mais!

Tive em meu leito enciclopédico

Todas as artes liberais.

 

Aos velhos dou o meu engulho.

Aos férvidos, o que os esfrie.

A artistas, a coquetterie

Que inspira... E aos tímidos — o orgulho.

 

Estes, caço-os e depeno-os:

A canga fez-se para o boi...

Meu claro ventre nunca foi

De sonhadores e de ingênuos!

 

E todavia se o primeiro

Que encontro, fere toda a lira,

Amanso. Tudo se me tira.

Dou tudo. E mesmo... dou dinheiro...

 

Se bate, então como estremeço!

Oh, a volúpia da pancada!

Dar-me entre lágrimas, quebrada

Do seu colérico arremesso...

 

E o cio atroz se me não leva

A valhacoutos de canalhas,

É porque temo pela treva

O fio fino das navalhas...

 

Não posso crer que se conceba

Do amor senão o gozo físico!

O meu amante morreu bêbado,

E meu marido morreu tísico!

 

Autor: Manuel Bandeira.

MANO A MANO

 

 

Rechiflao en mi tristeza

Mergulhado em minha tristeza

 

hoy te evoco y veo que has sido

hoje te recordo e vejo que foste

 

en mi pobre vida paria

em minha pobre vida pária

 

Humulheres,

História da arte 4(1)

e,

História da arte 4(1)

Minha companhia é perniciosa?

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