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Como enganar o destino!

Destino

Como enganar o destino!

 

Manhã gelada em São Paulo!

Fui comprar três latinhas de tinta óleo para terminar de pintar uma canoinha que trouxe do Amazonas. Será, creio, a “La pirágua, a nave de Maraã”.

Não encontrando as cores que desejava, em latinhas minúsculas, como existiam antigamente, hoje não mais, depois soube, dirige-me do material de construção da Rua Augusta para o da Rua Fernando de Albuquerque.

Dependendo do humor de quem comanda o trânsito, a Rua Fernando de Albuquerque começa da Rua da Consolação e termina na sua paralelas Rua Augusta. É uma rua pequena.

Após encontrar e comprar as tintas, voltava para a Rua Augusta. No cruzamento, melhor, no “T” que este forma entre Augusta e Rua Fernando de Albuquerque, onde um moleque de bicicleta, há algum tempo, me furtou, quando eu ia fazer a primeira ligação, um celular Nokia N95 que acabara de tirar da caixa, aconteceu o seguinte:

- No “T”, ou cruzamento, inicio a travessia – como quem atravessa de barco o Rio Amazonas para entrar no Rio Japurá com destino a Maraã –, de olho, inicialmente, nos carros quem vinham da Fernando, pois eles podem dobrar à direita e/ou à esquerda (se forem em frente encontrarão a vitrina de um bar!), chego na metade da rua Augusta, nas faixas amarelas e paralelas. Eis que ouço sirenes de carros de polícia em perseguição a um outro automóvel, todos eles em alta velocidade vindo em minha direção, sentido Augusta-centro. Prevenido e quase borrado, corro para detrás de um dos raros postes de ferro que ainda existem na rua citada. Foi a minha melhor jogada até agora na vida!

O carro que era perseguido, ao tentar entrar na Rua Fernando de Albuquerque, que era contra-mão para ele e estava muito congestionada, perdeu o controle e foi colidir (bater, como dizem os afetados!) no poste de ferro que me protegia!

A batida foi tão violenta que o carona foi cuspido, saindo pelo para brisa estilhaçado, cujos alguns cacos de vidro ainda atingiram meu fino casaco Armani, sem maiores danos, pois o dano maior consegui evitar e que foi ter a agilidade de desviar-me do cuspido que vinha em minha direção como se fosse um homem voador!

Ao dele desviar-me com um leve e preciso recuo do corpo ainda ágil em horas que tais, acompanhei com as vistas a trajetória parabólica do homem que voava. Ele foi direto bater com a cabeça em uma quina de concreto do portão de uma estação de energia!

Pela velocidade do homem-pássaro e a espessura da quina, nem quis olhar o resultado, pois sangue me causa náusea!

Bati a poeira do meu lindo casado Armani e segui meu caminho!

Parei no Violeta e pedi uma água e todos pensavam que eu estava de ressaca, pois minhas mãos, não sei o motivo, tremiam como vara verde na correnteza!

Sorte não foi, foi destreza!

E o destino, naquele dia, ficou apenas lambendo os beiços, pois o filho de D. Rosa ainda continua sua saga sobre essa terra que, só de pensar em um dia perdê-lo, chora copiosamente, pois jamais terá outro filho igual!

Inté,

 

Fonte da foto: https://giovannasabrine.com.br/2018/04/destino/.