Ele já nasceu um deus! E esse tenha sido o primeiro desafio, impensado, certamente, ao destino!
Seu nome era para ser grego, não escandinavo!
No mundo atual os raios fulminantes de Zeus, a arma que a todos mata e destrói, foi substituída pelo dinheiro, e o pai de Thor é o seu detentor. Este talvez um segundo desafio.
Nasceu o novo deus bonito e rico. Eis o terceiro desafio.
O novo deus, como qualquer deus grego é humano, demasiadamente humano, como seus pais. Assim, cheio de paixões, ciúmes, intrigas, violências, vingança, ódio e tudo de pior e melhor que qualquer ser humano tem, exceto a beleza e o poder!
Thor em seu bólido aurífero não é um Faetonte (filho de Hélio, o deus sol grego), pois seu carro era seu, foi presente e não empréstimo de seu pai.
E que ser humano não queria aquele carro dos sonhos de qualquer mortal? E que pai, se pudesse, não daria um igual a seu filho?
Thor está condenado, seja culpado, seja inocente.
Aliás, ele jamais será inocente! A inveja de todos nós não o perdoará jamais, pois ele ocupa um lugar que era para ser nosso ou de nosso filho! Nunca do rico e bonito deus carioca!
Nunca se devia matar ninguém, seja lá quem for, mas os deuses nem sempre comandam seus destinos.
Será que o jovem deus, rico e bonito, saiu em seu luxuoso carro para matar um seu oposto em riqueza que estava puxando sua humilde bike?
Disse o deus a si mesmo: hoje vou matar um pedreiro para saciar minha sede de...? De...? De o que mesmo?
Mesmo assim, jovem Thor, você não terá perdão. Seu fígado será comido eternamente, apenas os deuses, seus iguais, talvez o compreendam, a não ser que estejam em luta pelo trono de seu pai, do qual você seria o sucessor.
Sua única salvação poderá vir de um outro deus que, se apiedando de você, liberte-o da condenação que você já cumpre. Condenação que decorre do seu único defeito: ser um deus humano na terra de defeitos de deuses e homens.