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Biografia de Leon Eliachar.

Caros admiradores do grande escritor Leon Eliachar,

 

Tenho uma pretensão gigantesca, escrever uma biografia do humorista que precocemente nos abandonou.

Sendo a empreitada, como disse, gigantesca, precisos da ajuda de todos que quiserem contribuir com esse empreendimento, com o que estaremos mantendo viva as alegrias que ele nos deu e nos deixou em seus escritos, razão pela qual os convido a me ajudarem a concluir tão ousado projeto.

 

Tenho aqui à minha frente, as seguintes obras do mestre:

I - O homem ao zero, cujas dedicatórias, dentre outras, consta: "A todos os homens, bons e maus, sem exceção, que ninguém tem culpa de ser bom" e "Ao inventor da dedicatória, um puxa-saco declarado".

II - O homem ao meio, cuja dedicatória é: "A toda pessoa a que nunca ninguém dedicou nara".

III - O homem ao quadrado, dedicado à sua mãe, assim: "À MINHA MÃE, a que primeiro me viu chorar e a quem primeiro fiz rir".

IV - O homem ao cubo, traz a seguinte dedicatória: "Às mulheres, em geral, que muito me ajudaram - não dando palpites".

V - A mulher em flagrante, este mreceu, em cada edição, uma dedicatória diferente para seu filho Sérgio, sendo a da 4ª edição, esta: "Ao meu filho SÉRGIO, que começou a agir".

O Sérgio Eliachar, certamente, será de importância para este projeto, bem como você que tem qualquer escrito, história, relato sobre o mordaz Leão da pena.

Fica o convite/pedido a todoas que não se furtarão em ajudar.

Obrigado, desde já!

 

Osório Barbosa (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.).

 

 

Algo já capturado na internet:

 

Leon Eliachar


Definição de Humorismo

"Humorismo é a arte de fazer cócegas no
raciocínio dos outros.  Há duas espécies
de humorismo: o trágico e o cômico.
O trágico é o que não consegue fazer rir;
o cômico é o que é  verdadeiramente
trágico para se fazer. "

Leoneliach2

Leon Eliachar nasceu na cidade do Cairo, no Egito, no dia 12 de outubro de 1922. Veio muito pequeno para o Brasil e se tornou um dos melhores jornalistas de humor da imprensa falada e escrita, após ter atingido a idade da razão — ou do disparate, como costumava dizer. Era tão brasileiro como qualquer brasileiro, embora conste que nunca tenha se naturalizado.

Jornalista desde os 19 anos de idade, trabalhou em diversos jornais e revistas, fixando-se, por último, na "Ultima Hora", onde, seguindo o exemplo de Aporelly (o Barão de Itararé) nos tempos de "A Manhã" com "A Manha", mantinha uma página, às vezes reduzida a meia, com o título de "Penúltima Hora". Justificava o nome da página com a legenda "Um jornal feito na véspera".

Colaborador (arrependido, segundo o autor) dos argumentos de dois filmes carnavalescos, foi autor de programas de rádio e secretário da revista "Manchete".

Em 1956 foi laureado com o primeiro prêmio ("Palma de Ouro) na IX Exposição Internacional de Humorismo realizada na Europa — Bordighera, Itália, por sua definição de humor acima citada, e uma historieta, "O Judeu" (leia em "Contos", no Releituras), sobre o qual afirmou ter podido escrever sem parecer anti-semita, pois ele próprio era judeu.

Há pouquíssimo material sobre o biografado. A maior parte são artigos escritos por ele e por amigos, todos muito bem humorados, cheios de nonsense, o que bem demonstra o espírito do biografado.

Leon Eliachar foi assassinado na cidade do Rio de Janeiro, em 29 de maio de 1987. Segundo o noticiário da época, a mando de um rico fazendeiro paranaense com cuja esposa o autor vinha mantendo um romance.

 

POR ALTO, BIOGRAFIA

 

Nasci no Cairo, fui criado no Rio; sou, portanto, "cairoca". Tenho cabelos castanhos, cada vez menos castanhos e menos cabelos. Um metro e 71 de altura, 64 de peso, 84 de tórax (respirando, 91), 70 de cintura e 6,5 de barriga.

Em 1492, Colombo descobriu a América; em 1922, a América me descobriu. Sou brasileiro desde que cheguei (aos 10 meses de idade), mas oficialmente, há uns dois anos; passei 35 anos tratando da naturalização. Minha carreira de criança começou quando quebrei a cabeça, aos dois anos de idade; minha carreira de adulto, quando comecei a fazer humorismo (passei a quebrar a cabeça diariamente). Tive vários empregos: ajudante de balcão, ajudante de escritório, ajudante de diretor de cinema, ajudante de diretor de revista, ajudante de diretor de jornal. Um dia resolvi ajudar a mim mesmo sem a humilhação de ingressar na Política: comecei a fazer gracinhas — fora da Câmara. Nunca me dei melhor. Meu maior sonho é ter uma casa de campo com piscina, um iate, um apartamento duplex, um corpo de secretárias, um helicóptero, uma conta no banco, uma praia particular e um "short". Por enquanto já tenho o "short".

Sou a favor do divórcio, a favor do desquite e a favor do casamento. Sem ser a favor deste último não poderia ser dos primeiros. Sou contra o jogo, o roubo, a corrupção e o golpe; se eu fosse candidato isso não deixaria de ser um grande golpe.

O que mais adoro: escrever cartas. O que mais detesto: pô-las no Correio. Minha cor preferida é a morena, algumas vezes a loura. Meu prato predileto é o prato fundo. O que mais aprecio nos homens: suas mulheres — e nas mulheres, as próprias. Acho a pena de morte uma pena.

Não sou superticioso, mas por via das dúvidas, evito o "s" depois do "r" nessa palavra. Se não fosse o que sou, gostaria de ser humorista. Trabalho 20 horas por dia, mas, felizmente, só uma vez por semana; nos outros dias, passo o tempo recusando propostas — inclusive de casamento. Acho que a mulher ideal é a que gosta da gente como a gente gostaria que ela gostasse — isso se a gente gostasse dela. Para a mulher, o homem ideal é o que quer casar. Mas deixa de ser ideal logo depois do casamento, quando o ideal seria que não deixasse. Mas isso não impede que eu seja, algum dia, um homem ideal.

Leon Eliachar, no livro “O Homem ao Quadrado”, Livraria Francisco Alves/Editora Paulo de Azevedo Ltda., Rio de Janeiro, 1960 (orelhas da capa e contracapa.)

 

AUTOBIOGRAFIA DE UM FÔLEGO SÓ

 

Meu nome é esse mesmo, Leon Eliachar, tenho 44 anos, mas me orgulho de já ter tido 43, 42, 41, 40, 39, idades que muitas mulheres de 50 jamais atingiram, sou humorista profissional peso-leve, pois detesto as piadas pesadas, consegui atingir o chamado "preço teto" da imprensa brasileira, quer dizer, cheguei a ganhar um salário com o qual nunca pude adquirir um teto, sou a favor do casamento, sou a favor do divórcio, sou a favor do desquite e sou a favor dos que são contra tudo isso que eles devem ter lá os seus motivos, fui fichado com dificuldade no Instituto Félix Pacheco não pelo atestado de bons antecedentes, mas pelas dificuldades com que se tira um atestado, já fiz de tudo nessa vida, varri escritório, fiz entrega de embrulho, crítica de cinema, crônica de rádio, comentário de televisão, secretário de redação, colunismo social, reportagem policial, assistente de direção, peça de teatro, show de boate, relações públicas, corretagem de anúncios, script de cinema, entrevista política, suplemento feminino, até chegar ao humorismo, ainda não sei se o humorismo foi o princípio ou o fim da minha carreira, acho que ninguém faz nada por necessidade mas por vocação, isto é, por vocação da necessidade, tenho experiência bastante pra saber que não sou experiente, minha capacidade de compreensão chega exatamente no ponto em que ninguém mais me pode compreender, as mulheres tiveram forte influência na minha vida desde a minha mãe até à minha mulher, com escalas naturalmente, tive duas grandes emoções na vida, a primeira quando minha mulher disse "sim" e a segunda quando seus pais disseram "não", sou a favor das camas separadas, principalmente pra quem se casou com separação de bens, não guardo rancor por absoluta falta de espaço, uma das coisas que mais aprecio é Nova York coberta de neve — quando estou em Copacabana tomando sol, o melhor programa do mundo é ir ao dentista — pelo menos para o dentista, não vou a casamento de inimigo, muito menos de amigo, desde criança faço força pra ser original e o máximo que consigo é ser uma cópia de mim mesmo, meu grande complexo é não saber tocar piano, mas muito maior deve ser o complexo de outros homens que também não sabem tocar e são pianistas, meus autores favoritos são os que me caem nas mãos, escrevo à máquina com vinte dedos porque minha secretária passa a limpo, gosto de televisão às vezes quando ligo às vezes quando desligo, num enterro fico triste por não saber fingir que estou triste, aprecio as quatro estações, mas prefiro o verão no inverno e o inverno no verão, passei fome várias vezes e agora estou de dieta, acho a rosa uma mensagem definitiva porque custa menos que um telegrama e diz muito mais, sou a favor da pílula anticoncepcional porque ela resolve o problema da metade da população do mundo, acho que deviam inventar a pílula concepcional pra resolver o problema da outra metade, cobrador na minha casa não bate na porta perguntando se pode entrar, eu é que bato perguntando se posso sair, sou um homem pobre porque toda vez que batem à minha porta mando dizer que estou, meu cartão de visitas não tem nome nem telefone, assim ninguém sabe quem sou nem onde posso ser encontrado, prefiro o regime da ditadura porque não tenho trabalho de ensinar meu filho a falar, posso dizer com orgulho que sou um humilde, sou o único sujeito do mundo que dá o salto mortal autêntico, mas nunca dei, leio quatro jornais por dia e a única esperança que encontro são os horóscopos cercados de desgraças por todos os lados, acredito mais nos inimigos do que nos amigos porque os inimigos estão sempre de olho, minha maior alegria foi quando venci num concurso internacional de humorismo, em Bordighera, Itália, obtendo o primeiro e o segundo prêmios entre os participantes de 16 nações concorrentes, fiquei sabendo que havia humoristas piores do que eu, procuro manter sempre o mesmo nível de humor, mas a culpa não é minha: tem dias que o leitor está mais fraco.

LEON ELIACHAR, em “O Homem ao Zero”, Editora Expressão e Cultura – Rio de Janeiro, 1968, pág.20.

 

RETRATOS 3 x 4 DE AMIGOS 6 x 9

 

Por mais que procure ser excêntrico, Leon é concêntrico. Pois em matéria de conclusões consigo próprio ele confia apenas em consigo mesmo. Carioca cairoca (nasceu no Cairo, capital de Tel-aviv), tem uma idade indefinível, entre os 25 e os 250 anos. Uns dizem que ele nasceu depois da Segunda Guerra Mundial, outros afirmam que foi no momento em que ele nasceu que a briga começou. Promotor nato, veio ao mundo por uma gentileza especial do Todo-poderoso e só pretende sair com a Bomba, isto é, numa queima geral de todo o estoque. Dizem que ele não só sugeriu ao Criador a idéia dos dois sexos (a idéia do terceiro sexo foi do Sérgio Porto) como insistiu ainda para que o sexo masculino fosse feito em gás néon, coisa que o Senhor achou de um exibicionismo excessivo (Que pena!).

Aos três anos de idade Leon queria ser Presidente da República. De lá pra cá sua ambição não parou. Jogador de pôquer, para combater o típico pocker-face, ele inventou a própria cara, tão enigmática que ficou conhecida como Leonfauce. A verdade é que nele a natureza colocou o primeiro olho com zoom. Aliás, muitos consideram sua cara a sua maior piada; mas parece que a piada saiu sem querer numa noite em que papai e mamãe Eliachar estavam de bom humor. É o único escritor brasileiro que conseguiu ter um livro anunciado no Maracanã, junto com a irradiação da renda. Com isso a renda do livro ultrapassou a do estádio. Sua famosa campanha “Ponha um Leon na sua estante” deixou o tigre da Esso com a pulga entre as pernas e o Leon da Metro com o rabo atrás da orelha. Este ano Leon fez um programa pro Chico Anísio que acabou fazendo parte do programa. Ator de cinema, teatro e televisão, acredita que a água do mar é salgada e só não vende mais que a água potável por falta de promoção. Acha que todo mundo deve se promover até atingir a própria importância. Aliás, gosta tanto de gente importante que só lê Enciclopédia, porque ali gentinha não entra. Organizadíssimo, fez até seguro contra milicianos transviados e, seguríssimo, só vai a médico quando este está realmente em estado grave. Sua conversa ao telefone é tão interessante, que determinadas autoridades já gravaram várias. É o primeiro a rir das próprias piadas; antes que algum infeliz o faça. Os inimigos o consideram o maior humorista do Oriente Médio, mas a verdade é que sem o seu humorismo nenhum gabinete dentário pode se considerar completo. Os admiradores acham que, quando ele morrer, deixará uma lacuna impreenchível. Conhecendo Leon como conheço, garanto que não vai deixar lacuna alguma — leva a lacuna com ele.

Millôr Fernandes, que tem, dentre outras qualidades, a de ser o melhor profissional de humor brasileiro, escreveu uma série de artigos denominados“Retratos 3x4 de alguns amigos 6x9”. Publicado originalmente na Revista Veja, em 1969, o texto acima foi extraído de seu livro “Trinta anos de mim mesmo”,Editora Nórdica – Rio de Janeiro, 1972, pág.181.

 

APRESENTAÇÃO

 

Leon Eliachar de Aljubarrota nasceu na quinta do Alverde, casa 5, lado esquerdo. Cresceu em meio às benesses da primavera. Aos 14 anos de idade, sofreu um acidente de velocipídico, machucando o dedão do pé esquerdo. Mais tarde, escreveria uma ode a esse respeito.

Leon Eliachar de Aljubarrota custou muito a encontrar a rota. Mas acabou encontrando, isto aos quarenta e sete anos (mais ou menos), no quilômetro 46 da estrada Rio—São Paulo. Encontrou e não devolveu. Sendo assim, publicou os seguintes livros: O Homem ao Quadrado (1927), O Homem ao Cubo (416 a.C.), Por que me ufano do meu país (1870, com a colaboração do Conde de Afonso Celso), O Homem ao Zero (1939, infelizmente destruído pelas hordas paraguaias que nessa data fatídica invadiram o Uruguai); Quarup, by Antônio Callado; Os Sertões, de Euclides da Cunha; Listas Telefônicas Brasileiras, de vários autores e assinantes; Brás, Bexiga e Barra Funda, de Vinícius de Moraes; A Nova Constituição Brasileira, 1964, autor desconhecido; Leon Eliachar par lui même, by Leon Eliachar; Os Olhos Dourados de Ódio, edição conjunta (digo bilíngüe) com Rubem Braga; O Homem Nu, variação de O Homem ao Cubo; e assim por diante. Maiores detalhes, biblioteca do Museu da Imagem e do Som, Rua Bartolomeu Mitre, 16, sobreloja.

José Carlos Oliveira fez esta apresentação (um exemplo de nonsense) do biografado no livro "10 em Humor", Editora Expressão e Cultura, Rio de Janeiro, 1968, pág. 24.

 

NECROLÓGIO

 

O meu quem faz sou eu, que não sou bobo. Detesto a pressa dos jornalistas que querem fechar a página do jornal de qualquer maneira e acabam enchendo o espaço com os lugares-comuns do sentimentalismo. Nada de “coitadinho era um bom rapaz” nem que “era tão moço”, porque há muito deixei de ser um bom rapaz e nem sou tão moço assim. Quero que o meu necrológio seja sincero, porque de nada me valerá a vaidade depois de eu morrer — a não ser a vaidade de estar morto. Fui mau filho, mas isso não quer dizer que meus pais fossem melhores filhos que eu se fosse eu o pai. Não fui mau marido e acredito que seja porque não tivesse chance de ser, vontade não me faltou. Nunca roubei, nunca menti: esses os meus piores defeitos. Minha grande qualidade era ter todos os outros defeitos. Fui egoísta toda vida, como todo mundo, mas nunca revelei nada a ninguém, como todo mundo. Passei a vida tentando fazer os outros rirem de si mesmos: é possível que agora riam de mim. Fui valente e fui covarde, só tive medo de mim mesmo o que prova a minha valentia. Nunca amei ao próximo como a mim mesmo, em compensação nunca ninguém me amou como eu mesmo. Tive milhões de complexos e venci-os todos, um por um, com exceção do complexo de morrer: esse morre comigo. Nunca dei nem tomei nada de ninguém, mas faço questão de deixar tudo o que não tenho para os que têm menos do que eu. Nunca cobicei a mulher do próximo: só a do afastado. Jamais entendi perfeitamente o que era o “bem” e o “mal”, embora a maioria das pessoas me achasse um homem de bem e este era o mal. Defendi a minha vida como pude, mas nunca arrisquei a vida para defendê-la. Nunca me preocupei com dinheiro, pois sempre tive pouco. Acreditei mais nos inimigos do que nos amigos, porque os amigos nem sempre se preocupam com a gente. Jamais tive um segredo, passei todos adiante Conquistei muitas mulheres, algumas com os olhos, outras com os lábios e outras com o braço. Tive pavor dos médicos, porque eles sempre descobrem as doenças que a gente nem sabia que tinha há tanto tempo. Me orgulho de ter vivido oitenta anos em apenas quarenta: finalmente me livrei dessa maldita insônia.

Leon Eliachar em “O Homem ao Cubo”, José Álvaro Editor — Rio de Janeiro, 1964, (orelhas da capa e da contracapa.)

 

No dia 21/06/2007, Leon Eliachar foi homenageado pela Casa de Rui Barbosa, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), onde estão os arquivos do humorista. Participaram do evento o cirurgião plástico Ivo Pitanguy e o cartunista Jaguar, amigos de Leon, e Sérgio Eliachar, filho do escritor.

 

BIBLIOGRAFIA:

 

— O Homem ao Quadrado (1960) — capa e desenhos de Cyro del Nero.

— O Homem ao Cubo (1963) — capa e paginação de Fortuna.

— A Mulher em Flagrante (1965) — capa executada por Juarez Machado; desenhos e paginação de Fortuna.

— O Homem ao Zero (1967) — capa de Gian.

— 10 em Humor (1968) — em conjunto com Millôr Fernandes, Stanislaw P. Preta, Fortuna, Ziraldo, Jaguar, Claudius, Zélio, Henfil e Vagn.

Os dados acima foram obtidos nos livros do autor.

 

Fonte: http://www.releituras.com/leoneliachar_bio.asp.

 

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Leon Eliachar

 

Data de nascimento 12 de outubro de 1922

Local de nascimento Cairo, Egito

Data de falecimento 29 de maio de 1987 (64 anos)

Local de falecimento Rio de Janeiro, Brasil

Leon Eliachar (Cairo, 12 de outubro de 1922 — Rio de Janeiro, 29 de maio de 1987) foi um jornalista de humor e escritor brasileiro nascido no Egito.

Veio para o Brasil muito pequeno e viveu quase toda a sua vida no Rio de Janeiro, onde morreu assassinado. Segundo notícias da época, ele foi assassinado a mando de um rico fazendeiro paranaense com cuja esposa o autor vinha mantendo um romance.

Jornalista desde os 19 anos de idade, trabalhou em diversos jornais e revistas, fixando-se, por último, no Última Hora, onde mantinha uma página com o título de Penúltima Hora. Justificava o nome da página com a legenda "um jornal feito na véspera".

Foi colaborador dos roteiros de dois filmes carnavalescos, e autor de programas de rádio e secretário da revista Manchete.

Em 1956 foi laureado com o primeiro prêmio na IX Exposição Internacional de Humorismo realizada na Europa, em Bordighera, na Itália [carece de fontes].

Bibliografia:

 

O Homem ao Quadrado (1960)

O Homem ao Cubo (1963)

A Mulher em Flagrante (1965)

O Homem ao Zero (1967)

10 em Humor (1968, em conjunto com Millôr Fernandes, Stanislaw Ponte Preta, Fortuna, Ziraldo, Jaguar, Claudius, Zélio, Henfil e Vagn).

 

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Leon_Eliachar.

 

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Frase de Leon Eliachar:

 

- O cinema é uma arte complexa e inexplicável: de cada dez filmes americanos, um é otimo, dois são bons, três regulares e quatro fracos. De cada dez filmes nacionais, todos dez são de ‘boa qualidade’.

- Segredo é isso que vai rolando de ouvido em ouvido e volta sempre com mais detalhes.

- Há dois tipos de mulheres: a nossa e a dos outros.

- Quando um homem se casa passa a alimentar duas bocas e a calçar quatro pés.

- Um homem casado vale por dois. A maioria deles sustenta duas casas.

- As mulheres são sempre muito queridas. Umas quando chegam, outras quando partem.

- A mulher ideal é a eventual.

- Procuro manter sempre o mesmo nível de humor, mas a culpa não é minha: tem dias que o leitor está mais fraco.

- Viver honestamente é fácil, difícil é viver desonestamente.

- Vício é o que sempre estamos fazendo pela última vez.

- Pontualidade é a coincidência de duas pessoas chegarem com o mesmo atraso.

- O turfe não é jogo de azar. A gente joga sabendo que vai perder.

- O homem se casa para vencer a solidão, a mulher para ficar só.

- O homem se casa para ficar em casa. A mulher para sair.

- O divórcio é uma chance que se dá ao indivíduo para errar outra vez.

- O casamento civil é o que ninguém vê; o religioso é onde todo mundo se vê.

- Herói é o sujeito que teve a sorte de escapar vivo.

- Algumas mulheres são contra o biquíni porque o biquíni é contra elas.

- Biquini: Um pedaço de pano cercado de mulher por todos os lados.

- Adultério: É isso que liga três pessoas sem uma saber.

- Quando chega ao altar, a mulher diz o último 'sim' ao homem.

- As estatísticas não falham: para cada homem solteiro há sempre uma mulher casada.

- Mulher que se preza não mente: inventa verdades.

- Mais vale dois carros na contramão que uma mulher na mão.

- O homem se casa por descuido. A mulher, por precaução.

 

Fonte: http://www.frasesfamosas.com.br/de/leon-eliachar.html.

 

Sobre a morte do escritor:

 

Os possíveis condenados foram: Ilza Cavanhol Macedo, a Sheila e Roy Baunmer e Melchisedeque de Oliveira Machado.

Data: 29 de maio de 1987.

 

Bailarina no tribunal

"Sheila" revela que Eliachar foi morto por Roy

 

A bailarina Ilza Cavanhol Macedo, a Sheila, acusada de facilitar a entrada dos pistoleiros Roy Baunmer e Melchisedeque de Oliveira Machado, o Deque, no apartamento do escritor, jornalista e humorista Leon Eliachar, no Flamengo (zona sul) para matá-lo, no dia 29 de maio de 1987, está sendo julgada desde a tarde de ontem no 4º Tribunal do Júri. A sessão está sendo presidida pelo juiz José Luis Nunes e quantro mulheres e três homens estão no júri e vão decidir o destino da acusada.

Ao ser interrogada pelo juiz, Sheila afirmou que as acusações, em parte, não eram verdadeiras, e que ela foi usada, sem saber, pelos assassinos. a bailarina afirmou que foi apresentada por Roy e Deque, sob o pretexto de que ele iria abrir as portas da noite para a sua carreira artística. sobre o crime, disse que foi seu ex-namorado Roy Baunmer quem matou Leon Eliachar com um tiro no rosto, utilizando uma arma com silencioso.

Para o advogado Clovis Sahione, que está trabalhando na acusação, o depoimento de Ilza Cavanhol foi muito importante, pois enquanto os demais acusados negaram a autoria do crime, ela contou todos os detalhes e apontou no verdadeiro asassino. A bailarina afirmou que era amante de Roy. Depois que foi apresentada a Leon, que ficou de arranjar-lhe emprego em uma casa noturna, passou a ajudar o jornalista em casa, inclusive "batendo" à máquina para ele.

"No dia do crime, eu estava ajudando o Leon no escritório quando o interfone tovou e o porteiro avisou que Roy estava subindo. Leon, depois que atendeu, disse que meu namorado estava vindo. Logo depois, a campainha tocou e ele foi atender. contou ela. "Como estava demorando a voltar, fui ver o que era e vi Leon sendo agarrado pelo Roy e pelo Deque, que tinham armas apontadas para a cabeça dele. Gritei, tentei pegar o telefone para chamar a polícia e fui agredida com uma revolvada na cabeça. Deque mandou eu ficar calada e ligar a TV bem alto, enquanto Roy ia para o escritório com Leon, onde o matou".

O julgamento deverá terminar na madrugada de hoje e a promotoria espera que a bailarina seja condenada a 14 anos de prisão. Os demais envolvidos na morte de Leon já foram julgados e condenados. O vereador Alberto Araújo, mandante do crime (mandou matar Leon ao decobrir que sua mulher, Vera, um romance com o jornalista) e os pistoleiros Roy Baunmer e Deque forma condenados a 17 anos de prisão. O delegado de polícia do Paraná César Prodóscimo, que descobriu o endereço de Leon e o forneceu aos assassinos foi condenado a 14 anos.

Fonte: Jornal do Brasil, 31 de janeiro de 1990. p.30 (http://news.google.com/newspapers?nid=1246&dat=19900131&id=0SEyAAAAIBAJ&sjid=IbMFAAAAIBAJ&pg=2308,4863212).

 

 

 

 

 

 

 

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