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Poesia: deleite-se ou delete-me (19.01.17).

 

Poesia: deleite-se ou delete-me (19.01.17).

 

Maraãvilhosos,

 Vela livros   Adriano Alencar Matos Barbosa

                                 Imagem gentilmente enviada por Adriano Alencar Matos Barbosa.

Uma historinha de Maraã:

Estávamos em uma festa na boate “Vitória Régia” doTantan” (Tancredo Gomes) e oPreto do Germanoestava muito animado ebêbado. Parece que estava com dinheiro, vindo daí a sua alegria.

Cheguei, e não estando ninguém à mesa, sentei-me em um dos bancos (tamboretes) que a guarneciam, e que lá foram colocados quando a “sede” estava sendo arrumada.

Quando a festa se iniciava as pessoas que não ocupavam mesas costumavam apropriar-se dos bancos, retirando-os de seus lugares originais, que era, por intenção do proprietário, junto às mesas.

Certo é que quando terminou uma música que Preto dançava ele voltou para sua mesa e me expulsou de lá. que, quando me levantei, levei o banco comigo, segurando-o com as duas mãos sob as minhas nádegas, também conhecidas como...

Ele não prestou atenção e pensando que o banco estava no local que eu anteriormente ocupara e, sem olhar, sentou-se no vazio!

Ao cair de costas levou consigo, pois abrira os braços para tentar se segurar, as garrafas que estavam sobre a mesa, que eram muitas, pois nós, caboclos, para mostrar que estamos com dinheiro, não permitimos que as garrafas secas sejam retiradas de sobre as mesas e, quanto maior forem o número delas, mais admirados e empolgados nos sentimos.

Certo é que ao cair o homem enlouqueceu e partiu para cima de alguém tentando brigar.

Resultado, acabou preso pela desordem que promoveu.

E eu?

Saí de mansinho e fui embora para minha casa.

Abraços,

Osório

POEMEMOS

Da chuva

Se chovia na noite em que nos vimos

e conversamos pela vez primeira?

Chovia sim, e a cidade inteira

brilhava sob a chuva que caía...

A chuva, o frio, as luzes e o reflexo

daquela gente tonta no passeio,

tudo aumentava aquele meu receio

na onda de amor que me envolvia.

Se eu tremia na hora em que nos vimos,

num nervosismo incompreensível?

Tremia sim. Mas era irresistível

a força que de ti me aproximava.

E quando caprichosa pelo asfalto

a chuva fez espelhos coloridos

eu disse com ternura aos teus ouvidos

que o teu encanto me enfeitiçava.

Se era verdade o que eu te confessava

de chofre como um grito inesperado?

Verdade sim, eu nunca tinha amado

e disse o que pensava e o que sentia.

Sorriste e em teus olhos de repente

As meninas felizes me acenaram

refletindo meus olhos que brilharam

numa ventura que eu desconhecia.

Se juntos nós andamos pela noite

quando a chuva passou, sem ter destino?

Andamos sim, e o teu rosto divino

eu afaguei com minhas mãos grosseiras.

O sol e a chuva nos brindaram sempre

com horas de perenes alegrias

até que terminaram nossos dias

de estima e confiança verdadeiras !

Se eu fiquei triste e só quando tentada

por um capricho ou por alguém talvez,

fugiste dos meus braços certa vez ?

Eu fiquei sim. E por sinal chovia.

E a bendita chuva que te trouxe,

deixara de ser boa e te levara

enquanto nesta angústia me deixara

ilhado de saudade e de ironia.

Se eu te esqueci, agora que a lembrança

te prendeu no passado sem piedade?

Esqueci sim. E se chega a saudade

já não me encontra com as mãos tão frias.

Teu vulto apagou-se na memória,

és uma sombra e não me fazes mal...

Agora, a chuva sim é um algoz fatal

que evoca a noite que estragou meus dias.

Autor: Aldemar Paiva, no livro “MONÓLOGOS e outros poemas”, p. 23/24.

 

e,

 

Aldemar Paiva 2

 

 

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