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A dificuldade em fazer a bondade!
Certo dia eu ia descendo a rua boêmia que fica nas proximidades de onde moro e vi um casal bonito que tinha varado a noite de domingo para segunda, e enquanto uns iam para o trabalho eles ainda exalavam o álcool e aquele fedor horroroso de tabaco. A princípio conversavam – pelo menos para este observador – normalmente, mas quando fui me aproximando percebi que ele queria ir para o norte e ela para o sul.
Embora ela permitisse os beijos que o rapaz lhe dava, resistia em seguir-lhe pelo caminho para o qual ele começou a puxá-la.
Os puxões ficaram meio violentos, embora não demonstrassem maior agressividade.
Continuei a caminhar na esperança de encontrar uma viatura da polícia.
Milagre!
Uma viatura vinha em sentido contrário aquele pelo qual eu caminhava. Fiz um sinal com a mão e o carro ocupado por dois policiais parou.
– Bom dia.
– Bom dia.
– Policiais, por favor, vejam mais adiante um casal, está o rapaz de blusa branca e a moça de vestido vermelho, parece que está ocorrendo algo anormal entre eles.
– OK.
– Obrigado, bom trabalho e bom dia.
Partimos em direções opostas.
Logo em seguida meus pensamentos começaram a me perseguir.
– Fiz a coisa certa? Perguntei-me.
– E se não houvesse desentendimento algum entre o casal? Questionei-me.
– E se a moça for masoquista? Indaguei-me.
O pior veio depois!
E se os policiais chegaram na hora de um forte safanão e o rapaz de costas, respondeu bruscamente a uma intervenção da polícia não sabendo de que se tratava da força pública e o policial mal treinado atirou no homem?
Ele cairá ensanguentado? E a moça cairá sobre ele praguejando seu algoz, que queria apenas protegê-la?
Por que me meti nisso?
Em briga de marido e mulher... , já diz o ditado.
Mas como eu saberia que eles eram marido e mulher?
Eu que quis evitar uma tortura, passei a ser torturado pelo meu pensamento.
Após terminar o que tinha ido fazer, voltei de ônibus fazendo o percurso inverso do que fizera caminhando.
Temia com a possibilidade de ver o corpo estendido no chão e o carro do IML no local. E tudo por culpa minha.
Passei no local e não tinha corpo algum e nenhum tumulto! Respirei aliviado.
Mas, quando pensei que o pensamento torturador tinha ido embora, me veio a seguinte questão:
E se o homem que batia na mulher foi levado para uma delegacia e está sendo torturado agora?
Fazer o bem ou aquilo que se acha que é o bem pode ser mais complicado do que imaginamos quando tendemos a praticá-lo.
Porém, não desistamos, pois a desistência pode levar a “lugares” piores ainda.
Abraços,
Osório
POEMEMOS:
Relação etílica
Ali, em plena mesa de bar,
Começaram uma DR
A esguia tulipa, enciumada,
Queria saber porque ela, a
estonteante loira,
Não permanecia mais que
alguns breves minutos
em sua companhia.
Não compreendia por que
sua companheira gostava
tanto de se entregar
freneticamente a lábios
alheios.
Porque não se espelhar nos
amigos vinho e conhaque
Que costumavam se deleitar
em tempo mais longo
Nas taças que os envolviam?
- Questionava a tulipa.
Para evitar escândalos,
A loira se esqueceu por ali
Espumando de raiva,
Enquanto a relação entre as duas se amornava.
Autor: Sandro Silva (Fonte: http://praquemgostadebar.blogspot.com.br/2016/01/relacao-etilica.html.).
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