Carta de um filho (criança) ao pai!
Hoje acordei com o meu filho Osório di Maraã Barbosa me cheirando e dizendo: “Pai, eu gosto tanto do seu cheiro quando o senhor está dormindo”!
Quero eu melhor presente? Por certo que jamais!
Lembrei que minha mãe, sempre que entrava no quarto pela manhã e sentia o cheiro ainda vívido do álcool da noite anterior que eu tinha usado como remédio (risos), costumava dizer: “Estás com cheiro de cachorro pirento”! E ia abrir a janela!
- A senhora já cheirou cachorro pirento?
- Acabei de fazer quando entrei aqui!
Ser acordado por meu filho com a sua confissão foi “muito demais já bom”!, mas, além desse presentaço, leio no facebook uma postagem do Luiz Arlei que é a seguinte:
Diz o seu filho (Lucca Simioli) ao pai/postador:
“E ai pai tudo bem se você, espero que sim.
Eu só estou te mandando isso por que, eu te amo, e agora eu estou pensando que quando eu crescer você já de cabelos brancos andando de skate decendo a ladeira do Ipiranga gritando UHUUU!!! e felizes como sempre, ou andando no Ibirapuera esperando horas naquela rua maldita.
Felizes como se nunca estivessimos envelhecido.
Eu sempre te amarei e sempre andarei de skate lembrando de você.
E Eu sei que todo mundo gosta das CARAMBOLAS SELVAGENS e que todo o mundo acha a gente radical.
Quando eu já tiver meus filhos eu vou ensinar eles a andar como você me ensinou.
Obrigado por existir na minha vida e obrigado por sempre cuidar de mim!
Eu te amo pai, e eu sempre te amarei.
Você é meu herói Pai!!!
Love you my friend!”.
E o pai se derrete dizendo:
“Sabe, Filhão... eu tinha 35 anos quando você nasceu e sempre me afligiu a possibilidade de não conhecer meus netos (ou netas). Confesso que, as vezes, esse desassossego chegava a me entristecer... mas você, como sempre me ensinando mais do que aprendendo, substituiu, através dessa singela cartinha, essa inquietação por um sentimento de completude e tranquilidade... um sentimento de que, ainda que eu tenha virado estrelinha quando seus filhos nascerem, eu os conhecerei por você... por meio desse nosso amor que não tem tamanho e nem fim... que transcende o tempo e as gerações !! Te amo um milhão vezes o infinito, Filhão !! Obrigado por mais essa aula e pelo melhor presente que eu poderia ganhar!!”.
Só não fiquei com inveja por ter acordado da forma que acordei e por ter uma carta, hoje emoldurada e pendurada no meu quarto lá em Manaus, escrita por meu filho Juarez Barbosa de Lima Neto, com tom similar à destinada ao Luiz! Uma hora dessas mostro minha joia também.
Mas, a carta também me trouxe a lembrança arcaica e imorredoura de minha mãe.
Obrigado ao Luiz por produzido o Lucca Simioli, e obrigado ao Lucca, por ter me ajudado a completar uma manhã muito feliz!
Abraços,
Osório
POEMEMOS:
Zelina hooligans
A Vila Zelina, bairro da Zona Leste de São Paulo, é conhecida por abrigar imigrantes do leste europeu e seus descendentes. Temos lituanos, russos, ucranianos, Tchecos, húngaros e vários outros. Graças a essa miscelânea de raças e costumes o bairro abriga algumas histórias pitorescas, como a da ex-miss Lituânia de toca.
Após ganhar o concurso de maior popularidade daquela república, onde belas moças confeiteiras desfilam em traje de noite, maiô e avental decorado e toca. Nadja Lindineuska não aguentou o assédio dos fãs, que pediam que ela assinasse cada biscoito amanteigado que era comprado. Mudou-se do leste europeu para o leste de São Paulo. Aqui pode viver no anonimato, fazendo seus biscoitos amanteigados, decorados em forma de coelhos, figuras natalinas e moças de maiô e toca.
Outra curiosidade é o esporte favorito dos Zelinenses, praticado por grande parte dos moradores sexagenários, o dominó.
Partidas disputadas e apaixonadas são travadas na Praça da República Lituana.
Como os jogadores, meio idosos e muito experientes, não permitem que jovens sem prática os desafiem, essa garotada vem para observar e torcer pelos seus favoritos.
Uma torcida ardorosa que grita, agita os braços, assobia e, ocasionalmente, fala palavrões.
Com o advento dos campeonatos interbairros, os torcedores se organizaram: criou-se então a mais violenta torcida de dominó da América Latina, perdendo apenas para os Oxford Devils de Londres.
Os temidos Zelina Hooligans. Os Zelina Hooligans ficaram conhecidos por xingar, cuspir, quebrar bengalas e pisar em dentaduras dos torcedores adversários.
Mas o episódio mais marcante foi no interbairros de 2013, quando a Vila Zelina disputou com a Barra Funda a tensa final de cinco partidas.
Estávamos no empate, dois a dois, e o jogo parecia ganho para o time da Barra funda. Foi ai que a barra pesou e afundou.
O Líder dos Zelina, Jeto Paudekaunas deu o grito de guerra, - Zelinaaaaaaaaaaaa, e junto com mais três, Carlos Machowsky, Tércio Carecozucas e Boris Jonas silva, desceram das arquibancadas.
Derrubaram a mesa e comeram todas peças do jogo.
Foi declarado empate e, o time da Vila Zelina, manteve sua invencibilidade.
Os Zelina Hooligans orgulham-se da atitude, mesmo tendo sofrido um pouco em algumas idas ao banheiro.
Autor: Roberto Algodoal Zabrockis Junior, o popular Beto Zabrockis.
P.S.: O caro amigo enviou-me a escrita e ficou cobrando-me a leitura (se eu tinha lido) e, se lido, se tinha gostado. “Dei o silêncio como resposta”, como diz minha mãe – sempre ela.
E por que o silêncio?
Para ele pensar que tinha sido ignorado mesmo, pois eu não podia adiantar a ele o uso que ora faço da sua bela e encantadora escrita.
Obrigado pela remessa e continuamos sendo recebedores!